Guerra de narrativas

Última atualização: 5 de maio de 2021
Tempo de leitura: 3 min

Não, apesar do título idêntico não estou me referindo ao livro do jornalista e escritor Luciano Trigo. Mas concordo quando ele diz que “agora são ‘todos contra todos’: minorias contra minorias, gêneros contra gêneros, raças contra raças, sexualidades contra sexualidades, esquerdas contra esquerdas, direitas contra direitas, as elites contra as elites, o povo contra o povo. E não adianta tentar ficar de fora dessa guerra, porque ela invadiu todos os espaços da existência”. Ao logo tempo a humanidade sempre esteve envolvida em conflitos. Em breve, ganhará mais espaço uma guerra quase silenciosa entre humanos e máquinas, entre a inteligência emocional e a inteligência artificial, a das narrativas.

Fato é que vivemos uma era de guerras de narrativas em vários campos e em muitas atividades corporativas. Em mercados onde a competição está mais acirrada as organizações sentem que têm a obrigação de se tornarem cada vez mais inovadoras. Diante disso, vem a importância de implementar novos processos e definir estratégias. Porém, fazer isso num mundo onde o ritmo de mudança está cada vez mais acelerado e a tecnologia cada vez mais inteligente é preciso muita dedicação. As ameaças chegam de todos os lados. Os futuros maiores concorrentes são os menos prováveis.

Dados e informações de qualidade sempre foram importantes para as organizações. Não importa qual o segmento de atuação, as companhias têm acompanhado a evolução digital e os novos recursos de inteligência artificial. Desta forma, as empresas passaram a procurar uma força de trabalho capaz de lidar com esses dados e informações para gerar insights melhores. Para tanto, é preciso ter capacidade de ler, interpretar, compreender, extrair análises e comunicar tudo isso de forma sistemática. Em outras palavras, é necessário que os negócios e seus colaboradores estejam alfabetizados na nova linguagem de dados abundantes, extraindo resultados úteis e assertivos.

A produção do material informativo da organização, é a principal responsável pela imagem institucional de forma ampla e geral. Sempre foi dever dos profissionais de comunicação gerenciar o fluxo destas informações nas empresas, controlando o que entra e sai da instituição. São peças-chave e ganharam maior importância nos tempos atuais. Segundo a consultoria Gartner Group, mais empresas começarão a utilizar aplicações de Inteligência Artificial e até o fim de 2024, e a área de comunicação será uma das mais afetadas. Esse desenvolvimento gerará um aumento na no uso de infraestruturas analíticas e equipes dedicadas.

Somos bombardeados o tempo todo, por todos os lados de informações de qualidade misturadas com ruídos. Aproveitar a parte boa para criar histórias alinhadas com os objetivos da empresa é uma obrigação. Para construir narrativas utilizando esses dados é preciso filtrar, limpar e combinar de maneira criativa formas de comparar diferenças, encontrar mudanças e examinar relacionamentos. Esse é um exercício que envolve análise de dados e informações por diferentes ângulos, experimentação, estudo e avaliação de alternativas.

É necessário investir tempo para elaborar uma boa história. Sabemos como é difícil ter a capacidade de se comunicar com clareza e ser direto ao assunto. Novos paradigmas surgem a todo momento. Estudiosos afirmam que os dados podem mostrar o que está acontecendo, mas a história revela a causa. Essa é a guerra que vivemos hoje, pois as narrativas são enredos e interpretações do mundo nas quais acreditamos. E às quais vinculamos nosso futuro.

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Marcelo Molnar

Sobre o autor

Marcelo Molnar é sócio-diretor da Boxnet. Trabalhou mais de 18 anos no mercado da TI, atuando nas áreas comercial e marketing. Diretor de conteúdo em diversos projetos de transferência de conhecimento na área da publicidade. Consultor Estratégico de Marketing e Comunicação. Coautor do livro "O Segredo de Ebbinghaus". Criador do conceito ICHM (Índice de Conexão Humana das Marcas) para mensuração do valor das marcas a partir de relações emocionais. Sócio Fundador da Todo Ouvidos, empresa especializada em monitoramento e análises nas redes sociais.

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