Faltam informações e suposições podem matar os negócios

Última atualização: 14 de maio de 2021
Tempo de leitura: 3 min

Quando faltam informações, proliferam suposições. Presunção é o combustível perfeito para maus pensamentos. Frequentemente, supomos sobre o que as outras pessoas pensam e por que fazem o que fazem. Como resultado, tratamos quem está ao nosso redor como se soubéssemos o que estão fazendo, mesmo que não saibamos.

Dúvidas e conjecturas afetam as empresas em várias áreas. Por exemplo, na área de segurança digital. Violações de dados são muito mais comuns do que gostaríamos e o primeiro grande erro é achar que o risco não é tão grande. A ideia de que seus dados não são interessantes ou valiosos representa um risco desnecessário. Imaginar que basta ter um seguro contra os ataques cibernéticos também é outro equívoco, pois ao diminuir a atenção na proteção, pode-se aumentar a vulnerabilidade. Manter um bom programa de treinamento para conscientizar os funcionários sobre segurança é ótimo, mas é preciso manter esse treinamento constante e atualizado sobre os perigos. Afinal, todos os dias surgem novas ameaças.

Outra suposição perigosa é acreditar que você sabe o que o cliente quer. É pecado mortal a crença por parte das lideranças acharem que entendem perfeitamente quem é o seu público, sabem do que ele precisa e como venderem para ele. Muitos pressupõem o seu sucesso e dimensionam investimentos prematuramente, deixando pouca margem para erros, aprendizagem, repetição ou feedbacks.

Teorias sobre os objetivos dos concorrentes também afetam nossas decisões. Tentamos entender como formulam seus preços, como se relacionam com os clientes, como reagem diante das crises e oportunidades, como constroem suas campanhas de marketing e comunicação, como desenvolvem seus produtos e serviços e, apesar de todo esse esforço, muitas vezes fazemos nossas escolhas estratégicas baseadas em deduções imperfeitas.

Mas esta é uma das faces da moeda. O que seria dos estudos científicos se não fossem levantadas hipóteses? Toda startup é uma iniciativa baseada na fé e construída a partir de suposições. Em muitos casos é impossível reunir todos os dados sobre determinado tema ou situação. Em outras situações o volume de informações é tão grande e diverso, que não existe tempo para análises adequadas. Isso sem contar na velocidade das mudanças que alteram ou comprometem a qualidade das referências obtidas. Certezas quase sempre são armadilhas.

A Inteligência Artificial e a computação quântica são novas peças deste quebra-cabeças. Difícil determinar os caminhos de evolução, mas é fato que estamos entrando em uma nova fase tecnológica. A IA nos ajuda em superarmos os limites humanos para lidarmos com grandes volumes de informações, oriundas de múltiplas fontes, analisadas em curto espaço de tempo.

A computação quântica nos ajudará a lidar com a indeterminação e probabilidade no campo das análises de cenários, pois a Inteligência Artificial tem a capacidade processar as informações até uma escala subatômica. Mesmo inexato o princípio da incerteza mostra de maneira clara que concepções clássicas a respeito de alguns valores no mundo atual devem ser abandonadas.

Análises perceptuais serão valorizadas e a integração entre diversas equipes com competências complementares será inevitável na construção da imagem institucional. O mundo dos negócios será cada vez mais complexo e as equipes de comunicação corporativa serão peças fundamentais nesse processo dentro das organizações, pois novas crises surgirão, porta-vozes deverão ser treinados e aqueles que se adaptarem rapidamente neste novo cenário terão ótimas oportunidades e ganho de reputação.

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Guerra de narrativas

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Marcelo Molnar

Sobre o autor

Marcelo Molnar é sócio-diretor da Boxnet. Trabalhou mais de 18 anos no mercado da TI, atuando nas áreas comercial e marketing. Diretor de conteúdo em diversos projetos de transferência de conhecimento na área da publicidade. Consultor Estratégico de Marketing e Comunicação. Coautor do livro "O Segredo de Ebbinghaus". Criador do conceito ICHM (Índice de Conexão Humana das Marcas) para mensuração do valor das marcas a partir de relações emocionais. Sócio Fundador da Todo Ouvidos, empresa especializada em monitoramento e análises nas redes sociais.

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