Última atualização: 27 de dezembro de 2023
Tempo de leitura: 5 min
Vivemos em um mundo carente de reflexões profundas. As relações humanas e a natureza de nossa percepção sobre os outros são pobres, distorcidas e enganosas. As pessoas que não conhecemos carregam um certo mistério e um potencial ilimitado em nossas mentes. Elas podem representar novas oportunidades, experiências inéditas e a possibilidade de enriquecimento pessoal e cultural. Esta é a ilusão das redes sociais.
Muitas vezes, tendemos a idealizar pessoas que não conhecemos, atribuindo-lhes qualidades e características positivas. Esse comportamento é um reflexo do nosso desejo de encontrar o bom e o belo no desconhecido. Essa curiosidade inata que temos reflete a beleza na descoberta e no aprendizado sobre novas pessoas e culturas, o que nos ajuda a expandir nossa compreensão do mundo. Por isso, o turismo e as viagens fascinam tantas pessoas.
Normalmente, as pessoas que conhecemos nos desapontam e nos causam estresse. Em contraste, aquelas que ainda não tiveram a chance de nos desapontar parecem melhores do que realmente são. Isso é um convite para explorar e apreciar essa diversidade. Pode também ser uma reflexão sobre como nos relacionamos socialmente, lembrando-nos de manter uma mente aberta e um coração acolhedor para novas pessoas e experiências.
Em ambientes de redes sociais, destacamos postagens que geralmente mostram apenas os aspectos positivos da vida das pessoas, levando-nos a acreditar que suas vidas são perfeitas ou maravilhosas. Vemos apenas uma versão distorcida da vida de alguém, pois, ao conhecermos na intimidade, constatamos as diferenças da realidade cotidiana.
Essa avaliação é verdadeira também quando votamos e elegemos candidatos pela sua imagem, sem realmente conhecer a pessoa real, com seus desafios e complexidades, por trás de cada campanha. Buscar conexões autênticas e significativas envolve ir além das aparências e identificar as verdades em um nível mais profundo, algo dificilmente alcançável em campanhas ou projetos artificiais, que visam atender um desejo coletivo existente, mas não revelado.
Estamos acostumados a absorver abordagens empáticas e compreensivas, seja em ideais acadêmicos ou históricos, sobre escolhas cujo verdadeiro significado nunca saberemos. Assim como nas redes sociais, os candidatos apresentam uma imagem cuidadosamente construída para obter votos. A discrepância entre essas promessas e a realidade de suas ações e capacidades serve como um alerta para que nós sejamos críticos e cautelosos com características que parecem boas demais para ser verdade.
Normalmente, nos sentimos desiludidos ao descobrir que aqueles em quem votamos não correspondem às expectativas criadas. Em um sentido mais amplo, devemos promover um ceticismo saudável em relação às nossas convicções internas. Acreditamos naquilo que nos fazem acreditar. Quanto maiores as certezas, maiores as dificuldades em aceitar que podemos estar enganados. Vivemos em uma era paradoxal entre nossas convicções e dúvidas, pois as informações e os dados disponíveis são tão abundantes que qualquer cenário pode ser construído com lógica e credibilidade.
Em 2024, teremos impactos desta situação no cenário nacional e internacional. Processos eleitorais definirão nosso futuro local, e sofreremos impactos internacionais nos quais não participaremos. É importante encorajar as pessoas a desenvolverem um pensamento crítico, o que inclui questionar informações, procurar fontes confiáveis e diversas, e entender que a imagem pública de uma pessoa é cuidadosamente construída e não reflete totalmente a realidade. A constante exposição a vidas aparentemente ‘perfeitas’ nas redes sociais afeta nossas opiniões e autoestima, assim como os candidatos afetam nossas percepções da realidade. Precisamos de resiliência emocional e psicológica para lidar com a desilusão e a realidade frente à imperfeição do mundo ao nosso redor.
⠀
Conheça o BOX360º – Uma nova experiência em análise de dados
⠀
Leia mais:
Compartilhe:
Descubra como a sua empresa pode ser mais analítica.