O Metaverso e o Hábito de Apostar Contra

Última atualização: 16 de novembro de 2022
Tempo de leitura: 6 min

A Meta, a dona do Facebook, colocou todas suas fichas no metaverso. Entretanto, dados recentes não são muito animadores. Em média pouco mais de 300 mil pessoas visitam o Horizon Worlds por mês. A situação é tão desconfortável, que diretores da empresa estão exigindo que os funcionários que trabalham construindo o ambiente usem o serviço com mais frequência. O custo inicial elevado da compra de um headset de realidade virtual é o primeiro obstáculo. E o que aqueles que já passaram essa fase veem ao colocar esses capacetes – ou acessar os ambientes via celulares ou computadores, é pouco animador.

Mark Zuckerberg perdeu mais da metade de sua fortuna desde setembro do ano passado. A perda fez com que ele caísse de 3° na lista Forbes 400 de pessoas mais ricas dos EUA para 11°. É a primeira vez desde 2015 que ele não ocupa uma das dez primeiras posições. Ninguém nos Estados Unidos perdeu tanto dinheiro como Zuckerberg no último ano, diz a Forbes.

Mesmo assim, muitos profissionais acreditam que o futuro das redes sociais está no metaverso.  Apesar de muitas críticas e baixa adesão do público, o modelo segue atraindo grandes empresas, marcas e celebridades, enfrentando todos os problemas para se consolidar como uma alternativa. A opinião pública sobre o assunto segue dividida, apesar de todos saberem do potencial que esse ambiente tem de afetar definitivamente nosso comportamento como sociedade.

Está claro que faltam aplicações de uso convincentes. Hoje é apenas uma proposta de como o mundo poderá vir a ser. Diversos segmentos reforçam este caminho, como os de telefonia celular, internet, TVs, economia digital, mídias sociais, NFT e a tecnologia blockchain. É normal neste período inicial de inovação a adoção ser aparentemente lenta, mas haverá um momento próximo de lançamentos e mudanças rápidas e, em seguida, um nivelamento à medida que o mercado amadurece e as promessas começam a se tornar tangíveis.

Muitos acreditam, assim como eu, que o metaverso tornará nossas vidas melhor e que vamos utilizar a plataforma para aprimorar a comunicação e socializar ainda mais a internet. O novo ambiente fará parte integral de nossas vidas, e não será apenas um jogo, um aplicativo, e-commerce, realidade virtual ou espaço digital. Estará presente em todas as atividades sociais. E como vem ocorrendo nos últimos anos, a tecnologia continuará moldando a nossa sociedade, apresentando inúmeras vantagens, assim como diversos problemas.

Os principais riscos que já mapeamos tratam do rastreamento e uso indevido de dados pessoais, cyberbullying, segurança digital, assédio sexual, comportamento ofensivo e impactos na saúde mental. Provavelmente nas próximas décadas este ambiente não será nada parecido com o que vemos ou imaginamos hoje. Mesmo que alguns investidores passem por momentos de desilusão, o interesse da maioria não diminui. O sucesso do metaverso está correlacionado com a indústria de criptomoedas e os investimentos nesta área continuarão fortes.

A verdade é que muitas vezes nos sentimos bem vendo o outro se dar mal. Passamos mais tempo apostando contra do que a favor. É o curioso prazer que temos com o infortúnio dos outros. A ideia de Zuckerberg foi oferecer um ambiente em que as pessoas possam viver de maneira completamente imersiva. Para atingir este objetivo investiu sua fortuna e acabou se tornando o rosto responsável por promover a tecnologia, e acabou se tornando alvo de chacota.

A concorrência e a ascensão do TikTok também são  um contraponto. Apesar de não apresentar nada de novo, a rede social chinesa continua roubando muitos usuários das plataformas da Meta, principalmente os mais jovens, fazendo com que suas grandes fontes de renda (Instagram e Facebook) percam relevância no mercado, o que também afeta a empresa financeiramente. Mesmo com a maioria apostando contra, acredito que a proposta da Meta está no caminho certo. Propor soluções inovadoras e materializar uma plataforma é muito difícil, mesmo para um dos homens mais ricos do mundo. Afinal o que está em jogo é o futuro da comunicação e da sociedade.

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Marcelo Molnar

Sobre o autor

Marcelo Molnar é sócio-diretor da Boxnet. Trabalhou mais de 18 anos no mercado da TI, atuando nas áreas comercial e marketing. Diretor de conteúdo em diversos projetos de transferência de conhecimento na área da publicidade. Consultor Estratégico de Marketing e Comunicação. Coautor do livro "O Segredo de Ebbinghaus". Criador do conceito ICHM (Índice de Conexão Humana das Marcas) para mensuração do valor das marcas a partir de relações emocionais. Sócio Fundador da Todo Ouvidos, empresa especializada em monitoramento e análises nas redes sociais.

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